Um
acidente horrível ocorreu recentemente na cidade de Santa Maria, no Estado do
Rio Grande Sul, onde uma casa noturna, ou boate, caso prefiram, foi incendiada.
O principal motivo foram artefatos utilizados pela banda que ali se
apresentara, com o intuito de realizarem efeitos pirotécnicos em sua
apresentação, no entanto, ocasionou em uma das maiores tragédias ocorridas no
Brasil, onde mais de 200 pessoas perderam a vida.
Fato
que intriga a todos é que as soluções tomadas pelas autoridades competentes só
ocorrem posteriormente à catástrofe e nunca antes. Tomemos como exemplo o
edifício Joelma, atualmente denominado edifício Praça da Bandeira, localizado
no Estado de São Paulo, onde um incêndio provocou a morte de 187 pessoas na
década de 70. Após o ocorrido tornaram-se obrigatórias saídas de emergências
nos prédios.
No
ano de 2011, enchentes e deslizamentos de terra, no Estado do Rio de Janeiro,
onde a região serrana foi o local mais afetado, ficou incumbida de ter sido a
maior tragédia do ano e uma das maiores no país. Hoje, após dois anos da
tragédia, ocorre por parte dos municípios em parceria com o Estado, um maior
controle e fiscalização, impedindo construções em áreas de risco. Embora tenha
havido uma mobilização por conta das autoridades competentes, é fato de que não
é o suficiente ainda, pois muitas famílias que vivem nestas áreas não receberam
as casas prometidas pela União.
É a
hora de fazermos a análise entre os casos fortuitos e força maior. Tragédias
ocorrem a todo o momento e lugar, mas não podemos atribuir tudo o que ocorre a
natureza. Todos esses desastres poderiam ser ao menos minimizados, quem sabe
até evitados com uma intervenção maior por conta da Administração Pública. A
principal dicotomia entre força maior e caso fortuito é que no primeiro caso há
a participação direta do homem. Nos casos mencionados anteriormente, podemos
atribuir tudo aos casos fortuitos ou o homem também colabora?
Enquanto
eu escrevia este artigo havia deixado à leiteira no fogo, como demorei para
verifica-la, ela acabou transbordando e sujando todo o fogão. Terei que fazer como
o Estado agora, limpar toda a sujeira.
Democracia é
oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada,
depende de cada um.
Fernando Sabino
É verdade, as autoridades só agem quando ocorre algo grave e, que repercuta de forma internacional. É uma grande pena.
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