Basta caminharmos pelas
ruas de nossa cidade para perceber o descaso do entes da Administração Pública
para com a população. A coleta de lixo é interrompida devido à troca de
prefeitos, as ruas esburacadas, falta de repasse das verbas para a saúde e a
educação. A nota triste é que durante este período nós continuamos pagando os
nossos tributos, afinal a máquina administrativa não pode parar, parar de
lucrar. Tudo isto apenas corrobora a inoperância do Estado. Será que a solução
para isso são as Políticas Público-Privadas?
As principais estradas
e rodovias do país que funcionam através de concessão, são em geral bem
conservadas e prestam um bom serviço, embora elas cobrem por meio dos pedágios,
que se trata de bi-tributação. No entanto, deixemos isto para uma próxima
prosa. Quanto às demais estradas e rodovias estaduais a precariedade é a sua
principal marca. Nelas não encontramos buracos, mas sim crateras.
Quando o assunto é
saúde fica mais visível notarmos a defasagem ao tratarmos da prestação de
serviços. Para aqueles que dependem do SUS é melhor gastar dinheiro com um
plano funerário, pois acabará sucumbindo mais cedo ou tarde.
Na educação ocorre uma
inversão, se os pais pretendem um bom futuro aos seus filhos a hora de coçar os
bolsos é quando eles ainda são crianças, pois para ingressarem nas melhores
instituições de ensino superior, que são as públicas, é necessário investir
desde cedo.
Uma área que traz um
importante debate é quanto ao sistema carcerário. As condições dos presídios
brasileiros são péssimas, onde o principio da dignidade humana passa longe.
Podemos resumi-lo nas palavras de José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça,
que disse: “prefiro morrer a ser preso em uma penitenciária brasileira”.
O nível de reincidência
no Brasil é de 70%, justamente no Brasil onde um dos princípios norteadores do
direito penal é o da ressocialização. Não é possível trazer um marginal a uma
vida normal, se durante o cumprimento da pena ele não teve as condições de se
tornar uma pessoa melhor, tampouco emprego e uma vida ao menos digna quando
sair da prisão.
Pesquisas comprovam que
as Políticas Público-Privadas reduziram em 20% os custos nos presídios
americanos. A infraestrutura é muito boa, permitem ao apenado condições dignas
de trabalho e de convivência com os demais, garantido a sua reinserção à
sociedade, dentre outros fatores que comprovam a sua eficácia em face da
participação somente estatal.
A quem contrarie as
Políticas Público-Privadas no sistema carcerário por se tratar de competência
da União, cabendo ao Estado a sua promoção. Destarte, poderia trazer alguma
insegurança jurídica em face ao ordenamento. No entanto, na própria
Constituição Federal existem dispositivos, no artigo 5°, que não impedem a sua
realização, haja vista o inciso XLVIII do supracitado artigo que alude: “a pena
será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado”.
A Lei de Execuções
Penais, lei 7210/84, que versa a respeito de diversos princípios do Direito
Penal, em momento algum exige que o encarceramento seja de exclusiva
responsabilidade do Poder Publico.
Políticas Público-Privadas
podem ser uma ótima maneira para darmos solução a estes problemas, no entanto,
não deve ser a única. O nosso Estado Social deve garantir os direitos concernentes
aos cidadãos. A receita para um Brasil para todos é muito fácil, junte todo o
dinheiro do povo em uma panela, tempere com investimentos, com o passar do
tempo à massa irá crescer, então partilhe os pedaços de forma igual em serviços
à sociedade. Como a massa é muito grande e pode haver desperdícios, sugiro que
a guarde ao invés de jogar aos porcos, onde o maior chiqueiro se localiza em
nossa Capital Federal.
Brasileiros vivem no mundo dos sonhos:
Futebol, Carnaval e Cachaça. Votam nos
piores políticos, para depois criar resenha
sobre política. Não se sabem quem é o pior;
os Políticos ou a imbecilidade brasileira.
Futebol, Carnaval e Cachaça. Votam nos
piores políticos, para depois criar resenha
sobre política. Não se sabem quem é o pior;
os Políticos ou a imbecilidade brasileira.
Edson Nelson Soares Botelho