No último dia 19, o Brasil cedeu à pressão do
Vaticano e tirou do texto final do Rio+20,
a expressão “direitos reprodutivos”, que designa a autonomia da mulher para
decidir quando ter filhos, restringindo-se apenas à “saúde reprodutiva’’.
Para muitos, o novo termo representa um
retrocesso aos direitos das mulheres, o que gerou protestos de feministas e
setores liberais. No entanto, quando li a matéria em questão, me perguntei não
o quanto isso impactaria nos direitos das mulheres, mas sim, o quanto laico é o
nosso Brasil.Como falar em Estado Laico se já no preâmbulo de nossa Constituição Federal nos deparamos com a expressão “sob a proteção de Deus”? O quão de religioso tem o nosso Estado Laico?
A influência da religião está impregnada em nossa cultura, podendo ser constatada na predominância de símbolos religiosos em recintos públicos e na quantidade de feriados cristãos, retratando ainda um Brasil medieval. A religião aqui é intrinsecamente ligada ao Estado. Prova disso é o modo como a homossexualidade sempre foi tratada no país, que embora possua a maior Parada Gay do mundo, só estão tendo seus direitos realmente discutidos hoje.
Portanto, que me perdoem as feministas, mas, a influência religiosa no texto do Rio+ 20 vai muito além de igualdade de direitos entre os sexos. Protestem sim, tirem os sutiãs, pintem as caras, mas não se limitem a seus umbigos! Temos que nos libertar das amarras de um Estado religioso e da moralidade cristã que o reveste, para só então, conquistarmos os direitos que um Estado verdadeiramente laico nos reserva.
“Liberdade
significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela”.
George
Bernard Shaw
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