O circo de Cachoeira



Mais um espetáculo de circo é armado, o difícil é saber quem mais se destaca! Na última semana estivemos diante do palco da CPI de Carlos Cachoeira no senado, que foi marcada pelo silêncio do contraventor que se valendo da prerrogativa constitucional de “ficar calado”, ou seja, de não produzir provas que o autoincrimine, causou frustração e indignação à sociedade.
           Conforme o esperado, Cahoeira compareceu a sessão para não falar nada, entrou mudo e saiu calado, o que foi interpretado pelos parlamentares como um claro deboche aos presentes. Irritada, a senadora Katia Abreu (PSD-TO) propôs o encerramento da CPI.
           Se tal possibilidade é prevista como uma garantia fundamental, por que tanta indignação acerca do silêncio de cachoeira? Trata-se de um aviltante desrespeito a sociedade ou somente o exercício regular de um direito?
           A estratégia de defesa, elaborada pelo poderoso advogado Márcio Thomaz Bastos, que já foi presidente da OAB e Ministro da Justiça no governo Lula, embora seja muito mal compreendido pela sociedade, constitui valiosa ferramenta contra possíveis abusos cometidos pelo Estado durante a arguição de acusados, evitando assim a utilização de métodos inadequados para a apuração dos fatos.
            Sendo assim, gostando ou não, o direito ao silêncio constitui garantia fundamental e como tal deve ser respeitada, o que não é novidade para nenhum parlamentar. Realmente, seria querer demais esperar que próximo a uma eleição nossos tão competentes “artistas políticos” perdessem a oportunidade de aparecer posando de políticos honestos e indignados. A cobertura da mídia proporciona o cenário ideal para fazer autopromoção, prejudicar adversários, e até para fazer piadinhas, e assim, o que deveria ser uma séria investigação torna-se palco para políticos corruptos e descarados aparecerem. O circo está armado, só esperar para ver quem ganhará o troféu de revelação do ano, porque o de palhaço certamente já nos foi dado!

 “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter , nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silencio dos bons” (Martin Luther King).




Adriel

Sobre o autor

Dayane Nalin: Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.

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